
A Raiz do Haikai
De origem japonesa, o Haikai (também conhecido como hokku, haiku ou Haicai) é uma breve composição poética, que tem raízes nas profundas relações do homem com a natureza. Esta arte obedece a uma forma estrutural de 17 sílabas ou fonemas, distribuídos em 3 versos.
O fundamento filosófico do haikai possui bases zen budistas, conceituando que neste mundo em que estamos tudo é transitório, somos parte da natureza, sujeitos e feitos de mudanças contínuas assim como as estações (outono, inverno, primavera, verão) que regem nosso planeta.
Da mesma forma que em uma fotografia, o haikaísta congela o momento presente, registrando a beleza da observação do que acontece, não do que aconteceu, nem do que poderá acontecer. Simplesmente o aqui é agora, eternizado em palavras, para que outros possam vivenciar da mesma experiência.

Pintura que retrata parte da saga de Bashō, por Yosa Buson (与謝蕪村) – 1716-1783.
MATSUO KINSAKU (松尾金作) “BASHŌ”
Nascido no séc. XVII, como (松尾金作) Matsuo Kinsaku (1644-1694), mas conhecido popularmente por Matsuo Bashō, possuía ligação intrínseca com o zen-budismo e sua busca pela iluminação. A visão de Bashô nos leva a conhecer o mundo por outro prisma, uma ótica fincada no desapego e na transitoriedade do ser.
Bashō sempre deixava fluir uma pitada de filosofia Zen Budista em suas obras, tornou-se a maior referência da poesia japonesa, sua sensibilidade emergia das profundezas do vazio, brotando forte e vigorosa.
Sua visão de mundo até hoje inspira milhões, o mestre andarilho foi metafórico em suas obras, mas não o suficiente para tirar a leveza do zen. Talvez a partir do dia que resolveu viver em sua cabana, e foi agraciado por seus alunos com uma bananeira de presente, plantada ao lado de sua nova moradia, a lenda fez o nome, e Bashō (Bananeira em japonês), passou a ser seu pseudônimo.
O haikai nasce da prática, da observação do que não é observado, e esta é a matriz deste fenômeno da poesia oriental.
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